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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Open your mind.


Cabelos cor de rosa, unhas azuis, tatuagens espalhadas pelo corpo demostrando e lembrando cada fase da vida. Piercing, roupas coloridas e diferentes. Passa pela rua e as pessoas olham com cara feia, viam o rosto e fingem que ela não existe. E ela continua andando, com fone de ouvido e o volume tão alto que nem os próprios pensamentos ela consegue ouvir.
Chega ao seu destino, um lugar secreto onde ela imagina que ninguém conheça, afinal nunca viu ninguém ali antes. Senta-se, tira a bolsa pesada dos ombros e a apoia sobre uma pedra, verde limo. Olha em volta e ninguém, nem um som, ruido ou algum parecido. E mais uma vez, lá está ela sozinha com seus pensamentos . Acende um cigarro, tira da bolsa livro, vinho e alguns petiscos baratos. Relaxa e começa mais uma aventura no mundo literário, afinal desde que perdeu a mãe, esses são os únicos prazeres de sua vida.
O pai, afundou-se na bebida e trabalho esquecendo o resto do mundo, esquecendo ela. Sua avó nunca aceitou seu jeito de ser, queria que ela estudasse e fizesse medicina, casasse e tivesse filhos. Os anos passaram, ela se formou no ensino médio e não prestou vestibular, não sabia aos 18 anos o que queira ser da vida, além dela mesma. E desde então ela vai no top secret  ler, dormir, sonhar com a mãe e esquecer-se. Coração vazio, cabeça cheia. Pensamentos borbulham e bloqueiam outros sentidos. Sem crença, esperança e amor.
Era sempre assim, até que neste dia ao juntar suas coisas e começar o caminho de volta, esbarra em um jovem alto, cabelo moicano, roupas pretas e expressivas, sorriso brilhante e aconchegante; que a fez pensar que estaria em outro lugar mais evoluído. Trocaram olhares e sorrisos, será que finalmente o cara lá de cima tinha ouvido seus murmúrios ?
 A partir daquela tarde conheceu outros motivos para fazer, crer e lutar. Percebeu que não era a unica diferente, a unica quem perdeu e ganhou, conheceu o consolo da dor em outros lábios, laços e abraços. E percebeu que não era questão da sociedade rejeita-la e sim de rejeição própria. Passou então a aceitar-se e respeitar-se, afinal a lagarta é estranha até virar uma linda borboleta multicolorida. 

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